O Banco Central anunciou novas regras para dar mais segurança ao mercado financeiro. A partir de julho de 2022, os bancos serão obrigados a incorporar riscos relacionados a mudanças climáticas a seus testes de estresse. Também passa a ser obrigatória a divulgação de informações climáticas nos relatórios financeiros das instituições.
O teste de estresse é uma simulação do pior cenário econômico, e uma previsão sobre como esse cenário negativo terá impacto e será tratado pelo sistema financeiro. Com a inclusão de fatores climáticos nesse rol de ameaças, os bancos precisarão monitorar os eventos ambientais e criar iniciativas de prevenção.
Os riscos climáticos, aliás, já se encontram nos testes de estresse obrigatórios para instituições financeiras de vários países. Assim, analistas avaliam a iniciativa do Banco Central como correta e necessária, mas chamam a atenção para o custo dos estudos que serão necessários para atender à regra – o que pode efetivamente encarecer linhas de crédito.
O documento do Banco Central cita condições climáticas extremas, incluindo seca, inundação, enchente, tempestade, ciclone, geada e incêndio florestal. Além disso, elenca alterações ambientais permanentes, como aumento do nível do mar, escassez de recursos naturais, desertificação e mudança em padrão pluvial ou de temperatura.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, reconheceu que os riscos climáticos afetam a economia em diversas frentes: “Choques ambientais e climáticos podem afetar a taxa de inflação. Esses choques são difíceis de prever, afetam a oferta e, assim, são mais difíceis para a política monetária”, disse. Para o sistema financeiro, os choques climáticos trazem mudança na avaliação de ativos, que geram perdas.
O Banco Central também anunciou que, em abril, pretende lançar o seu próprio modelo de teste de estresse já contemplando as novas regras.