O mundo está de olho em mais uma riqueza em que o Brasil se destaca: o crédito de carbono. Essa “commodity global” promete produzir bilhões de reais para o agronegócio brasileiro. As receitas de crédito de carbono podem gerar US$ 100 bilhões ao Brasil até 2030, de acordo com um estudo da representação brasileira da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil).
A operação do crédito de carbono também oferece benefícios tributários, como a não tributação de CSLL, PIS, ISS e COFINS. A vantagem pode ser ainda maior se o produtor praticar a agricultura sustentável, que pode contar com incentivos como base de cálculo reduzida e regime especial, por exemplo.
Outra razão para investir no crédito de carbono é o mercado: global e muito aquecido. Em todo o mundo, a pressão por ações compensatórias à poluição só aumenta, empurrando países e empresas (de todos os portes) para este mercado.
Com todas essas vantagens, já é grande o número de empresas no Brasil que comercializam créditos de carbono e de descarbonização.
COMO FUNCIONA
Cada crédito de carbono é um certificado que comprova que uma empresa ou um projeto ambiental (de conservação florestal, reflorestamento, energia limpa, biomassa etc.) impediu a emissão de 1 tonelada de CO2 (dióxido de carbono) em determinado ano. O país que consegue mais crédito pode vender o sobressalente para os países que não conseguiram, por esforço próprio, reduzir o nível de emissão de CO2.
A comercialização desses créditos é relativamente simples, e pode ou não ser realizada por meio de uma empresa intermediária.
Um agricultor que desenvolva algum dos projetos que envolvem a redução de CO2 pode requerer seu crédito para depois comercializar para corporações ou intermediários. O problema é realizar os projetos dentro dos padrões exigidos, e conseguir comprovar a redução de GEE gerada pelas iniciativas. Para tanto, precisa contratar profissionais para elaborar os projetos e calcular os valores de redução.
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